O Velho e o moço


Uma certa vez, um garoto caminhava lentamente em seu bairro. Se sentia triste, solitário, não tinha amigos, sua única diversão era caminhar na floresta e observar a natureza. Mas nesse dia, o pobre rapaz não estava animado e essa sua única diversão, deixou um pouco de lado.

Em uma praça ele parou, sentou no banco e observa a distância algumas crianças, com um olhar distante, tristes, observava as crianças brincando, correndo, observava outras com as suas famílias, com seus pais. Não entendia nada sobre a vida, mas entendia bem o valor que aquelas crianças tinham, algo que ele nunca teve. Uma família, um amigo, um irmão.

Ele era conhecido por Jorginho, morava na rua. Nunca conheceu seus pais, não tinha nenhum registro, a única coisa que a população sabia, é que Jorginho apareceu da noite para o dia, mas era um garoto adorável, mesmo não tendo uma criação, sua educação e sua honestidade era reconhecida por todos.

Enquanto Jorginho estava sentado no banco, meio triste, um senhor já de idade sentou ao seu lado, notou que o pobre garoto estava triste. Então perguntou:

- "O que estava havendo garoto? Vejo que esta triste .. Por que apenas observa a distância aqueles meninos brincando? Por que não brinca com eles? "

O pobre menino olhou para o senhor, permaneceu alguns segundos calado, estava tremulo, não se sentia bem. Então respondeu:

- "Observo aquelas crianças brincando, vejo o quanto eles etão felizes. Olhe para aquele ali !!! (Exclamou) 
Veja o sorriso no rosto dele, veja a alegria do pai, veja seus irmãos brincando. Certamente eles tem uma boa casa, uma boa família, pais que com certeza se preocupa com eles, que recebem todo amor que alguém almejaria ter. 
Agora olhe para mim, o que o senhor vê? Moro nesse bairro a algum tempo, não sei quem são meus pais, a minha família, não tenho amigos, dia e noite vivo pelas ruas, sobrevivendo por doações, por caridade. Eu fui abandonado, estou esquecido. Não me orgulho pela vida que tenho. Sou apenas um ninguém."

Espantado pela declaração do menino, tentando entender como ele poderia sentir tudo isso, e expressar tão bem o que sentia, o velho olhou para ele comovido e perguntou:

- "O que você gosta de fazer?"

O menino respondeu:

-"Gosto de caminhas pela floresta, nadar no logo, observar os pássaros.

O senhor se recordou da sua infância, recordou-se que gostava de fazer o mesmo, de correr pela floresta subir nas árvores, pois la, ele se sentia dono do mundo, se sentia uma verdadeira criança, não era rico, não tinha tudo na vida, mas era feliz, pois tinha sua liberdade, e sabia que pequenas coisas poderia ser transformadas em uma verdadeira felicidade
O pobre senhor já tinha idade avançada, gostava de sentar na calçada, sua diversão era apenas ligar o velho rádio a pilha, e escutar as notícias, de ouvir o jogo do seu time favorito.

Voltando para aquela situação, o velho em um pequeno intervalo recordou da sua infância olhando para o menino, de alguma forma quis ajuda-lo. Então decidiu da uma morada para o pobre menino, levou consigo para sua casa. O senhor morava em uma casa humilde, mas o garoto estava feliz, se sentia bem pela primeira vez. Pois estava tendo uma morada, uma morada que tanto sonhou.

Anos se passaram, o velho repassou tudo aquilo que a vida lhe tinha ensinado ao garoto, a ler, escrever, educação, mostrou ao garoto, que era possível ser feliz pelas pequenas coisas que tinham. Um ano depois o velho faleceu. 

O garoto já era de maior, e mais uma vez, aquele velho olhar triste tinha voltado, mas dessa vez era diferente, pois ele estava perdendo aquele que um dia o acolheu, que o ensinou, que deu uma moradia, que recebeu o amor que tanto sonhou. Durante todo esse tempo aprendeu muito. A ser humilde, não humilhar, não rebaixar, e ser feliz, vivendo em uma maneira digna.

Na igreja, subiu no palco. Olhou fixamente para o publico, e começou a proferir o seu depoimento, que dizia:

- "A um tempo atrás eu morava nas ruas, não tinha um teto, e vivia de caridade. Minha vida mudou a parti do momento que esse homem sentou do meu lado, e me acolheu. Durante anos aprendi com ele. Gostava de olhar pela janela e ver esse senhor sentado na sua velha cadeira de balança escutando seu rádio a pilha. Ele me deu os melhores conselhos, e se hoje me tornei um homem de verdade, foi graças a esse Senhor que meu a oportunidade que tanto sonhava. Hoje me sinto triste, pois perdi meu pai, meu irmão, meu amigo. Perdi aquele que me educou, que me alimentou e me deu uma morada. Mas ao mesmo tempo me sinto feliz, por ter o conhecido, por ter tido esse grande privilégio. Eu estava no poço e ele me socorreu, eu estava sozinho e ele me tornou meu parceiro. Aprendi muito com e ele e nesse depoimento quero repassar a minha gratidão. E falar a todos vocês o que aprendi com ele.
Sei que todos sonham, em ter uma vida melhor, de ter tudo. Mas esse senhor me ensinou, que não é as grandes coisas que nos trazem alegria, mas sim as pequenas coisas coisas, de estar feliz pela saúde, ser grato pelo alimento que se tem todos os dias na mesa, e a cima de tudo ser feliz e jamais deixar que as barreiras da vida nos atrapalhe realizar os nossos sonhos. Obrigado por tudo, graças ao senhor, graças ao seu ensino, que me sinto realizado. Obrigado por tudo"

Essa foi a declaração do rapaz, uma declaração de agradecimento, um agradecimento por aquele que abriu as portas para a felicidade daquele menino, sem esperanças, e que hoje cresceu se tornando um grande homem, graças a quele humilde senhor.

Se você hoje reclama da vida, analise bem as suas condições. Não reclame se você não tem aquele celular, aquele carro aquelas casa, mas se contente pelo o que tem no momento. As vezes, nos destruímos por tentar alcançar tudo. Mostre um sorriso nesse rosto e saiba que a simplicidade acima de tudo sempre vai ser o mais importante.eu sou feliz sim, pois meu almejo hoje é ser um simples rapaz comum, de uma pequena cidade.