Em uma noite silenciosa, um sonho inquietante desperta a alma. Olhos abertos na penumbra, buscando o calor de um afeto perdido no tempo. A escuridão não é mais um véu de temor, mas um manto de introspecção, onde cada sombra é um convite para a reflexão.
A infância, um capítulo distante, ressoa com ecos de risos e lágrimas, onde cada medo era apenas um prelúdio para o conforto dos braços acolhedores. Agora, na quietude da madrugada, o coração não busca refúgio, mas sim compreensão.
O infinito não é um abismo a temer, mas um horizonte a contemplar. Sem as amarras do passado ou as promessas do futuro, o momento presente é um santuário de paz. E no abraço da memória, não há mais espaço para o medo, apenas a certeza de que algo precioso permanece, imortalizado dentro de nós.
Perdemos, sim, pedaços de nós pelo caminho, inocência que se desvanece como o orvalho ao amanhecer. Mas cada passo na estrada, cada escolha e cada despedida, são pinceladas na tela da vida, que, embora às vezes sombria, é uma obra-prima iluminada pela luz suave das estrelas da nossa história.
Assim, acordamos de um pesadelo não para fugir, mas para enfrentar. Com os olhos abertos para a beleza que reside nas profundezas do nosso ser, reconhecendo que, mesmo nos momentos mais escuros, há sempre uma faísca de beleza a ser descoberta.
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