Reflexão: Ecos de Um Sonho

Em meio à turbulência dos dias que correm,
Onde cada esquina esconde a poeira de um tempo ido,
Buscamos um sopro de atenção, um toque de compreensão.
Não sabemos ao certo quem somos,
Mas temos clareza do que repudiamos,
E nessa dança de incertezas e anseios,
O mundo gira, vasto e indomável.

Demasiado nunca sacia, é o mantra do nosso tempo,
Onde a primeira chance é também a derradeira,
E os olhos se fecham para o caminho percorrido.
Liberdade é uma palavra que ecoa vazia,
Quando os justos se veem acorrentados,
E os culpados caminham sem algemas.

A vida nos chama para fora, mas os bolsos ecoam o silêncio,
Amigos em fila, em busca de um propósito, de um salário,
Regressamos a uma era que julgávamos superada,
E o relógio corre, levando consigo pedaços de nossa juventude.

Mas ainda assim, há uma chama que arde,
Um desejo de rir, de dançar, de esquecer,
De encontrar um refúgio na noite que nos acolhe.
Entregamos nossas armas, nossas defesas,
E nos comparamos, esperançosos de que,
Em algum momento, nossos caminhos se cruzem.

Você surgiu como um sonho, um vislumbre de paz,
E eu, homem feito, tremi diante da possibilidade.
Imperfeito, sim, mas ciente da riqueza que possuímos,
Aquela que muitos olhos falham em reconhecer.

E enquanto penso em tudo isso, o medo se instala,
Roubando o sono, sussurrando incertezas.
Mas a vida segue, e com ela, nós também,
Sem pena, sem arrependimentos, apenas a vontade de ser.