O último suspiro

À beira do infinito, um sopro se despede,
A alma contempla, em quietude, o fim que se aproxima.
No teatro da mente, as cortinas se abrem,
E a vida, em sua plenitude, desfila uma última vez.

Cada riso partilhado, cada lágrima derramada,
Cada sonho tecido na tapeçaria do ser,
Surge vívido, em cores e sombras,
Numa dança de luz e escuridão, amor e dor.

A criança que fui, o jovem que se aventurou,
O adulto que construiu, o ancião que refletiu,
Todos convergem no agora, um mosaico de existência,
Revelando a essência imutável do eu verdadeiro.

Nesse momento de clareza transcendental,
A verdade se desvela, simples e profunda:
Não somos apenas o corpo que perece,
Mas a consciência que persiste, além do visível.

Eis a filosofia final que se destila:
A vida, uma busca incessante por significado,
Não se encontra nas posses ou no efêmero,
Mas na eternidade de cada ato de amor e compreensão.

Assim, ao partir, deixo não bens ou títulos,
Mas sim reflexões para a alma que busca:
Que a sabedoria seja a bússola, o amor, o destino,
E cada passo, uma jornada rumo à imortalidade do bem.

Que outros, ao lerem estas últimas palavras,
Encontrem inspiração para viver com propósito,
Sabendo que cada escolha tece o destino,
E cada gesto de bondade ecoa na eternidade.

"A lição filosófica aqui é que nossa verdadeira identidade não está atrelada às conquistas materiais, mas sim à riqueza de nossas experiências, ao amor que compartilhamos e à sabedoria que adquirimos. No final, o que levamos e deixamos são as marcas que imprimimos nas almas que tocamos e nas vidas que melhoramos".