Recordação um trauma
Estava me recordando agora puco umas situações que passei a uns anos atrás. 
Morei em São Paulo no período de 1993 a 2002, em Diadema SP. Como sabemos morar em um estado maior é um sonho de qualquer família devido as diversidades de oportunidades de trabalho, e o pensamento dos meus pais não foi diferente.

Todo inicio nunca é fácil, posso dizer a vocês sem nenhuma vergonha. Assim que chegamos em São Paulo viemos morar na casa do meu tio, lembro-me como se fosse hoje, um barraquinho nos fundos de uma casa, e entre eles um arvore gigantesca no meio, se não me engano era um eucalipto. A casa só tinha 2 vãos, o piso do quarto atrás era mais baixo do que o primeiro vão, que era uma mistura doida de cozinha sala, coisa de casa pequena. Esse tempo era um período de muita chuva, mas não me refiro a essas chuvas calmas. 

Meu pai sempre saia cedinho para ir trabalhar, minha mãe ficava em casa comigo e a minha irmã mais velha, detalhe ainda éramos pequenos. Certo dia, em uma dessas manhãs, começou uma chuva muito forte, (para aqueles  que conhecem São paulo, havia um período em que as chuvas eram eram muito fortes, com uma grande ventania e até mesmo granizo, e claro muitos raios) e como falei no inicio havia uma arvore gigantesca entre a casa em que eu morava e a casa da frente, lembro-me perfeitamente do medo presente. Como morávamos em um barraquinho, com paredes de taboas e telhas frágeis, com facilidade de voarem com um vento forte, não nos sentíamos tão seguros assim. Minha mãe como todas as mães são, tinha aquele instinto de protetora, então ela nos levou debaixo de uma beliche igual essa imagem a baixo.

A chuva foi aumentando juntamente com um vento bem forte, até lembro a cena, o barulho das telhas querendo voar, e os constantes raios fortes. Até que um momento, em um desses raios fores uma galha enorme caio, bem no corredor que havia para a saída da casinha que morávamos, foi nesse momento que ficamos se saber o que fazer, minha mãe logo correu para o corredor, no meio de uma galha enorme enrola com fios de energia que havia enroscado na galha, ela tentava encontrar algum espaço, visto que só havia uma única saída para a rua. Ela olhou e olhou até conseguir um espaço pequeno no meio das galhas mas o suficiente para passarmos. Ela nos chamou e deixou a gente passar primeiro, logo depois foi a vez dela. 

Felizmente nesse dia aterrorizante nada nos aconteceu, mãe sempre nos protegeu da melhor maneira, e dentro das nossas circunstancias na época, nos criou perfeitamente. 

Logo após a saída da minha mãe, uma outra galha maior ainda caiu. Até imagino se tivéssemos ficado uns minutos a mais, o que poderia ter acontecido. Mas foi nessa segunda galha, que foi capaz de destruir a casinha que morávamos.

Existem fases boas em nossas vidas, mas nem sempre ela é perfeita, e para chegarmos a fase boa, tivemos que passar por muitas situações difíceis em São Paulo, até hoje a minha irmã mais velha tem trauma de chuva. E afirmo, não foi apenas esse dia na qual passamos.

São coisas que irei levar comigo pro resto da vida, mas jamais irei reclamar de tudo o que passamos, e mãe com seu espirito de proteção, foi nosso escudo em todos os momentos.

Esse foi um trauma da vida, uma recordação não tão boa, mas que carrego comigo.